Djulia e Marina
Antecedentes
Desde meados do século XVIII fazia-se
sentir o declínio da produção aurífera nas Minas Gerais. Por essa razão, na segunda
metade desse século, a Coroa portuguesa intensificou o controle fiscal sobre a
sua colônia na América do
Sul, proibindo.
Desde 1783 fora nomeado
para governador da capitania de Minas Gerais D. Luís da Cunha Meneses, reputado pela sua
arbitrariedade e violência. Sem compreender a real razão do declínio da
produção aurífera - o esgotamento das jazidas de aluvião -
e atribuindo o fato ao "descaminho" (contrabando),
a Coroa instituiu a cobrança da "derrama"
na região, uma taxação compulsória em que a população de homens-bons deveria
completar o que faltasse da cota imposta por lei de 100 arrobas de
ouro (1.500 kg) anuais quando esta não era atingida.
A conjuração
Estes fatos atingiram expressivamente a classe mais abastada
de Minas Gerais (proprietários rurais, intelectuais, clérigos e militares) que, descontentes, começaram a se reunir para
conspirar. Entre esses
descontentes destacavam-se, entre outros, o contratador Domingos, os padres José da Silva e Oliveira Rolim,Manuel Rodrigues da Costa e Carlos Correia de Toledo e Melo, o cônego Luís
Vieira da Silva, os poetas Cláudio Manuel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto e Tomás
Antônio Gonzaga, o coronel Francisco Antônio de Oliveira Lopes, o capitão José
de Resende Costa e seu filho José, o sargento-mor Luís Vaz de Toledo Pisa e o Alferes Joaquim José da infama os que de sua linha descendem, posto que não tenham
culpa." Os líderes do movimento foram
detidos e enviados para o Rio
de Janeiro. Ainda em Vila Rica (atual Ouro
Preto), Cláudio
Manuel da Costa faleceu na
prisão, onde se acredita tenha sido assassinado, suspeitando-se, em nossos dias
que a mando do próprio Governador. Durante o inquérito judicial, todos negaram
a sua participação no movimento, menos o alferes Joaquim José da Silva Xavier,
que assumiu a responsabilidade de chefia do movimento.
Silva Xavier, apelidado de "Tiradentes".
A execução de Tiradentes
Tiradentes,
o conjurado de mais baixa condição social, foi o único condenado à morte por
enforcamento, sendo a sentença executada publicamente a 21 de abril de 1792 no Campo da Lampadosa. Outros
inconfidentes haviam sido condenados à morte, mas tiveram suas penas reduzidas
para degredo, na segunda sentença. A casa onde ele viveu foi destruída.
Após a execução, o corpo foi levado em
uma carreta do Exército para a Casa do Trem (hoje parte do Museu Histórico Nacional), onde foi
esquartejado. O tronco do corpo foi entregue à Santa Casa de Misericórdia, sendo
enterrado como indigente.
A cabeça e os quatro pedaços do corpo foram salgados, para não apodrecerem
rapidamente, acondicionados em sacos de couro e enviados para as Minas Gerais,
sendo pregados em pontos do Caminho Novo onde Tiradentes pregou suas ideias
revolucionárias. A cabeça foi exposta em Vila Rica (atual Ouro Preto),
no alto de um poste defronte à sede do governo. O castigo era exemplar, a fim
de dissuadir qualquer outra tentativa de questionamento do poder da metrópole.
Tiradentes,
ao contrário do que se pensa, não tinha barba e cabelos longos quando foi
enforcado, na prisão, onde ficou por algum tempo antes de cumprir sua pena,
teve o cabelo e barba raspados para evitar a proliferação de piolhos, a própria
posição de alfere não permitia tal aparência. Após a decapitação e exposição
pública, a cabeça de Tiradentes foi furtada, sendo o seu paradeiro desconhecido
até os dias de hoje.
Foi alçado posteriormente, pela
República Brasileira, à condição de um dos maiores mártires daindependência do Brasil e como um dos precursores da República no país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário