A única maneira de instituir
um tal poder comum, capaz de defende-los das invasões dos estrangeiros e das
injúrias uns dos outros, garantindo-lhes assim uma segurança suficiente para
que, mediante seu próprio labor e graças aos frutos da terra, possam alimentar-se
e viver satisfeitos, é conferir toda sua força e poder a um homem, ou a uma
assembléia de homens, que possa reduzir suas diversas vontades, por pluralidade
de votos, a uma só vontade. O que equivale a dizer: designar um homem ou uma
assembléia de homens como representante de suas pessoas, considerando-se e
reconhecendo-se cada um como autor de todos os atos que aquele que representa
sua pessoa praticar ou levar a praticar, em tudo que disser respeito a paz e
segurança comuns, todos submetendo assim suas vontades a vontade do representante,
e suas decisões a sua decisão. Isto é mais do que consentimento, ou concórdia,
é uma verdadeira unidade de todos eles, numa só e mesma pessoa, realizada por
um pacto de cada homem com todos os homens (...)
Texto 2.
Três razões fazem ver que este
governo (o da monarquia hereditária) é o melhor. A primeira é que é o mais
natural e se perpetua por si próprio (...) . A segunda razão (...) é que esse
governo é o que interessa mais na conservação do Estado e dos poderes que o
constituem: O príncipe que trabalha para seu Estado, trabalha para seus filhos,
e o amor que tem pelo seu reino, confundido com o que tem pela sua família,
torna-se natural. A terceira razão tira-se da dignidade das casas reais
(...). A inveja, que se tem naturalmente daqueles que estão acima de nós,
torna-se aqui em amor e respeito, os próprios grandes obedecem sem repugnância a
uma família que sempre viram como superior e a qual se não conhece outra que a
possa igualar (...). O trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus (...). Os reis (...) são deuses e participam de alguma maneira da independência divina. O rei vê de mais longe e de mais alto; deve acreditar-se que ele vê melhor, e deve obedecer-lhe sem murmurar, pois o murmúrio é uma disposição para a sedição.
Reflexão do texto lido:
2. Qual é o tema dos Textos?
-Teorias que explicam e justificam o absolutismo. Os textos mostram a posição de dois deles: Thomas Hobbes e Jacques Bossuet.
3. Qual é a origem do poder do soberano apontada em cada um deles?
-É a teoria em que fala que o rei foi escolhido por Deus antes de nascer para ser rei.
4. Transcreva, do segundo texto, o trecho que trata da origem do poder real na idade moderna.
- "O rei vê de mais longe e de mais alto, deve acreditar-se que ele vê melhor, e deve obedecer-se-lhe sem murmurar."
O Absolutismo Francês
-Em 1651, o filósofo inglês Thomas Hobbes escreveu o livro Leviatã. Nesse livro, o autor afirma que o "monstro" foi criado para acabar com a desordem e a insegurança social.
-Nas sociedades primitivas, escrevia Hobbes, "o homem era o lobo do próprio homem". Hobbes queria dizer que as pessoas eram movidas por sentimentos irracionais (sendo constantes as guerras e matanças).
-No contrato social, cada um abriria mão da sua liberdade em favor de um governo absoluto, capaz de garantir a ordem.
-Já o bispo francês Jacques Bossuet, foi um grande defensor da monarquia absolutista e cristã.
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